Uma investigação da ESET expôs a tentativa de cibercriminosos beneficiarem da popularidade da app de chat áudio Clubhouse para fornecer malware destinado a roubar a informação de acesso de utilizadores numa variedade de serviços online.
Fazendo-se passar por uma (ainda não existente) versão Android daquela app, o pacote malicioso é distribuído a partir de um website com o mesmo look and feel geral do website genuíno da Clubhouse. O trojan – apelidado de “BlackRock” pela ThreatFabric e detetado por produtos da ESET como Android/TrojanDropper.Agent.HLR – é capaz de roubar os dados de acesso dos utilizadores num mínimo de 458 serviços online.
A lista de alvos inclui conhecidas apps financeiras e de comércio, transações de criptomoeda, bem como plataformas de social media e mensagens. Twitter, WhatsApp, Facebook, Amazon, Netlflix, Outlook, eBay, Coinbase, Plus500, Cash App e BBVA estão todas na lista.
“O website tem aspeto de ser autêntico. Para ser honesto, trata-se de uma cópia bem executada do website legítimo da Clubhouse. Contudo, após o utilizador clicar em ‘Get it on Google Play’, a app é descarregada automaticamente para o dispositivo do utilizador. Pelo contrário, websites legítimos redirecionariam sempre o utilizador para o Google Play, em vez de descarregarem diretamente um Android Package Kit, ou APK para abreviar,” comentou a respeito Lukas Stefanko, o investigador de malware da ESET responsável pela descoberta.
A ESET refere ainda que mesmo antes de se clicar no botão existem sinais de que algo está errado, como é caso disso a ligação não ser segura (HTTP em vez de HTTPS) ou o site utilizar o top-level domain “.mobi” em vez do “.com” usado pela app legítima. Outro sinal de aviso é que embora a Clubhouse esteja a planear uma versão Android da sua app para breve, a plataforma está apenas disponível neste momento para iPhone.