O termo fake news ficou muito conhecido nos últimos anos, devido ao crescente número de informações falsas que vem sendo divulgadas, e consequentemente virou motivo de preocupação. Com a internet e redes sociais, espalhar mentiras se tornou muito mais fácil e, de acordo com estudo divulgado pelo MIT, a republicação de reportagens falsas começou a ser maior do que a de notícias verdadeiras, especialmente no campo da política.
Nas eleições americanas, diversas matérias mentirosas foram publicadas com a intenção de atrapalhar as campanhas de Hillary Clinton e Donald Trump. As fake news nas eleições americanas evidenciaram a necessidade de atenção. E especialmente agora, que o Brasil está perto de eleger seus próximos governantes, a ESET, empresa líder em detecção proativa de ameaças, traz alguns conselhos para se ter em mente ao ler notícias no período eleitoral.
Meios de Comunicação
Dados falsos geralmente são publicados em meios de comunicação não confiáveis, portanto, ao ver algo relacionado à política é importante conferir quem divulgou. Questione sobre quais as fontes e se outros veículos confiáveis também propagaram a informação.
Grandes jornais, revistas e emissoras se uniram em uma batalha contra as fake news, como por exemplo a iniciativa Comprova, que uniu 24 veículos para atuar contra as notícias mentirosas, e o Fato ou Fake que conta com um forte grupo de jornais, sites e revistas. O próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se mobilizou sobre o tema, contando com o apoio das mídias para impedir a divulgação de fake news.
Portanto, meios de comunicação famosos ainda são confiáveis. Ao ver uma chamada tendenciosa ou sensacionalista, vale a pena pesquisar se algum dos grandes veículos é a fonte ou se publicou algo semelhante.
Seguidores e tendências
Em 2017 foram descobertas as “fazendas de likes”, empresas dedicadas a expandir redes sociais ou sites, inclusive meios que divulgam fake news, por meio de curtidas e comentários de robôs. Um estudo realizado pela FGV identificou que durante as eleições presidenciais de 2014, 10% do debate era gerado por bots (robôs).
Os bots, quando falamos de eleições, têm a função de dar visibilidade a alguma notícia, seja ela verdadeira ou não. Reportagens com chamadas sensacionalistas e muitos comentários em meios desconhecidos devem levantar suspeitas. Se notar esse comportamento, tente descobrir se não é uma notícia falsa sendo difundida por robôs.
Segurança cibernética
As fake news trazem também desafios à segurança da informação. Os sites criados para a divulgação de notícias falsas podem conter ameaças, como links que levam os leitores a instalar vírus ou cair em armadilhas de phishing, golpe em que os cibercriminosos fazem as pessoas voluntariamente informarem dados pessoais sigilosos.
Ler é fundamental
O conselho mais importante selecionado pela ESET é que a notícia seja lida na íntegra. Sabendo que poucas pessoas leem o conteúdo completo, muitos veículos colocam chamadas sensacionalistas que levam a uma interpretação diferente da que teríamos ao ler a matéria inteira.
“Conferir as fontes, observar seguidores e comentários é o que se faz após a leitura completa do conteúdo. Às vezes, com uma rápida leitura, é possível perceber que a informação é fraudulenta e de má índole. Erros de gramática, números sem sentido e falta de informações básicas são itens fáceis de se notar, além do mais, caso apenas na leitura não seja perceptível, existem aplicativos e ferramentas online que permitem fazer a checagem dos fatos”, diz Camillo Di Jorge, country manager da ESET no Brasil.
Embora haja vários projetos de lei tramitando no Senado sobre o tema, compartilhar notícias fraudulentas ainda não é crime no Brasil, mas pode causar problemas a quem publicou. A ESET recomenda ler e pesquisar o tema antes de publicá-lo em suas redes sociais. Ao notar que alguma informação é falsa, denuncie na própria plataforma de compartilhamento, como Facebook ou Twitter, por exemplo, ou informe ao administrador da página em que encontrou a notícia.