São Paulo, Brasil - Nas últimas décadas, houve várias vezes em que a tecnologia foi apontada como uma grande ameaça para a educação. Isso aconteceu com a chegada das calculadoras, durante o auge do Google, bem como com o surgimento da Wikipedia. Hoje, a educação enfrenta mais um desafio: adaptar-se às novas tecnologias, como a Inteligência Artificial. A ESET, empresa líder em detecção proativa de ameaças, analisa a modalidade e as formas em que a novidade pode ser transformada em uma ferramenta para aprimorar o ensino.
Desde o lançamento do ChatGPT, mais de 100 bilhões de pessoas o acessaram em busca de respostas do chatbot.
Crianças utilizando tablets na escola.
Alguns exemplos em que o ChatGPT é utilizado de forma disruptiva e educacional incluem professores que pedem aos seus alunos para gerar um texto sobre um tema de escolha com a ajuda do chatbot, para que eles mesmos possam encontrar os erros. Mas seus benefícios podem ir ainda mais longe, com uso para abordagem mais interativa, geração de debates,e até mesmo para economizar tempo em tarefas administrativas.
Em contrapartida, existem visões que enxergam a Inteligência Artificial como uma armadilha capaz de afastar os alunos da aprendizagem. Um teste realizado recentemente nos Estados Unidos apoia essa corrente, pois mostrou que o ChatGPT seria capaz de passar em exames universitários em cursos de Direito e Negócios. Por exemplo, o Distrito Unificado de Los Angeles, o segundo maior distrito escolar do país, foi pioneiro ao bloquear diretamente o acesso ao site da OpenAI em toda a sua rede de escolas. Washington, Nova York, Seattle, Virgínia e Alabama, entre outros, também adotaram essa medida. A iniciativa ultrapassou fronteiras, já que universidades na França e na Índia também proibiram o uso dessa ferramenta.
Entrevistado pela Universidade de Cambridge, Steve Watson, que atua como coorganizador do grupo de pesquisa Conhecimento, Poder e Política na Faculdade, explorou o significado e a comunicação do ChatGPT e os riscos de ser muito rigoroso com esse tipo de restrições. "Não há dúvida de que existe um problema de regulamentação e precisamos ser respeitosos com a necessidade das universidades e escolas de proteger a integridade acadêmica e educacional. Por isso, algumas universidades adotaram a posição de que é má conduta usar o ChatGPT para gerar conteúdo. O problema é que, em nossos esforços para preservar a integridade, podemos nos tornar insensíveis às mudanças que estão ocorrendo à medida que a tecnologia é adotada em grande escala", analisou o especialista.
"Além do debate sobre o impacto que o uso da Inteligência Artificial pode gerar como uma ferramenta na educação, há um tema inevitável: o da segurança. Na verdade, em vários países, o ChatGPT não está disponível online devido às leis regulatórias relacionadas à internet", comenta Camilo Gutiérrez Amaya, Chefe do Laboratório de Pesquisa da ESET na América Latina.
A Itália foi pioneira no Ocidente em proibi-lo devido às preocupações e dúvidas sobre privacidade e uso de dados, e prometeu investigar se estava ou não em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados. Em março deste ano, uma falha em uma biblioteca de código aberto expôs o histórico de perguntas de outros usuários, além de informações de pagamento dos assinantes do ChatGPT Plus.
"Além disso, como toda ferramenta de uso massivo, o ChatGPT também se torna um alvo muito atraente para ataques, seja para usá-lo com fins criminosos, como falsificação de identidade para enganar pessoas desavisadas. Provavelmente, essa tendência continuará, e não será surpreendente ver casos em que tentem explorar vulnerabilidades ou cometer fraudes em seu nome", acrescenta Gutiérrez Amaya. "Assim como acontece com os avanços tecnológicos em geral, tudo depende da intenção ou do objetivo com que são usados. Talvez ainda seja cedo para medir o impacto da Inteligência Artificial e do ChatGPT no campo da educação. Se ele se tornará seu melhor aliado ou seu pior inimigo, como sempre, está em nossas mãos", conclui o especialista da ESET.
A ESET convida a conhecer sua iniciativa Digipais e seu artigo "ChatGPT: uma revolução para a educação?" para continuar analisando o impacto potencial dessa tecnologia na educação e como essa tecnologia poderia transformar a maneira como os alunos aprendem e se relacionam com os materiais educativos.
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