O primeiro bug (real) da história

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Em 1947, num dia comum, foi documentado o primeiro “bug” da história da informática. O fato ocorreu em um laboratório de investigação da Universidade de Harvard e foi histórico não só por ser o primeiro a ser registrado, mas também porque era realmente um “inseto”.

Antes de continuar vamos fazer um pequeno parêntesis para explicar como o termo “bug” é utilizado atualmente. Mesmo a tradução literal sendo “inseto”, esse termo em inglês é utilizado para caracterizar erros em um sistema e, por se tratar de um conceito técnico, dificilmente ele é traduzido e é por isso que em português costumamos utilizar o termo em inglês mesmo. Hoje em dia, onde há um componente digital, há um código, e onde há um código, há falhas... ou seja, bugs. A medida que os sistemas foram ficando mais complexos, a tarefa de detectar erros foi ficando mais difícil, e parte do trabalho mais árduo dos programadores é detectar esses erros para que os sistemas funcionem corretamente, ação que chamamos de debugging.

Agora sim, vamos voltar à história: Durante a Segunda Guerra Mundial muitos recursos foram destinados para impulsionar as ciências da computação e assim obter vantagens no campo de batalha. Um dos projetos que mais se destacou foi o desenvolvimento do ordenador Mark I. O sucesso desse projeto foi tanto que assim que a Guerra acabou, as investigações continuaram e o dispositivo teve versões II e III.

O feito que queremos compartilhar ocorreu justamente enquanto um grupo de investigadores trabalhava no Mark II. Logo após várias tentativas de detectar uma falha no sistema que impedia o funcionamento do ordenador, os investigadores detectaram um “bug” no sentido literal da palavra: uma mariposa estava presa no relé do Mark II. Grace Murray Hopper, uma das cientistas que trabalhava no projeto documentou o feito em seu caderno. Retirou a mariposa com uma fita e destacou: “First actual case of bug being found” – Primeiro caso real de um bug encontrado. Ainda que o termo “debugging” já existia, encontrar um inseto real foi um fato muito peculiar.

Origem do termo

Mesmo esse bug no Mark II sendo um marco por sua particularidade, não se sabe ao certo se esse fato foi o que originou o termo “bug”. O primeiro registro de seu uso foi encontrado em uma das notas de trabalho de Thomas Edison em que descrevia erros ou interferência no telégrafo. Logo, o termo se popularizou para descrever qualquer falha na construção de uma operação ou sistema técnico.

Créditos da Imagem: Naval History and Heritage Command